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Qualificação da mão de obra é desafio para contratações em Monlevade

Contratação para expansão da ArcelorMittal Monlevade é um dos pontos discutidos em audiência pública

Por Redação - Portal Notícia1 em 09/06/2022 às 15:57:00

Contratação para expansão da ArcelorMittal Monlevade é um dos desafios atuais que foi discutido em audiência pública - Foto: Flávio Lial/Acom CMJM

A qualificação da mão de obra em João Monlevade diante das vagas disponíveis para contratação é um grande desafio para os empregadores. A afirmação foi feita durante audiência pública realizada na Câmara de Vereadores esta semana. A iniciativa foi do vereador Bruno Cabeção (Avante) e reuniu representantes do CAT/Sine, ArcelorMittal Monlevade, Hospital Margarida, dentre outros.

Bruno Cabeção deu início à audiência, justificando a necessidade do encontro a partir de alguns questionamentos corriqueiros. O primeiro ponto apresentado é se ter oportunidade de emprego para que não tem experiência. "Há vagas sendo ofertadas, mas em alguns casos a falta de qualificação profissional impede que o cidadão seja contratado". Bruno lamentou não possuir dados concretos sobre o tema. Ele contou que buscou algumas informações no CAT/Sine, mas que infelizmente o órgão não possui os dados atualizados, uma vez que não são todas as vagas que passam por lá. O parlamentar apresentou as vagas ofertadas entre julho de 2021 a abril de 2022. Segundo ele, foram ofertadas pelo CAT/Sine 340 vagas, sendo apenas 165 preenchidas. "É preciso diagnosticar o problema já que há muitas vagas disponíveis e ao mesmo tempo há um número elevado de desempregados. Também precisamos buscar alternativas para que as pessoas sem experiências sejam inseridas no mercado de trabalho", destacou ele.

Paralelo a este questionamento, foi reforçada a importância da ArcelorMittal Monlevade, em especial a partir do anúncio da expansão da planta local. Bruno pediu esclarecimentos sobre as oportunidades de emprego diretos e indiretos, além da qualificação exigida pela siderúrgica e empresas terceirizadas. Primeiramente, o gerente de RH da ArcelorMittal, Vander Neves, informou que atualmente a empresa possui em seu quadro 1029 funcionários, sendo 93% dessas pessoas residentes em João Monlevade. Ele ainda informou que a empresa possui 69 estagiários e 23 aprendizes.

As obras de expansão têm ciclo previsto de duração de 34 meses. Atualmente, a expansão se encontra no mês três deste ciclo. Contudo, conforme citado na apresentação, atualmente a região não possui condições de fornecer toda a mão de obra qualificada para atender a obra, em especial em serviço de alto risco, como trabalho em altura. Ainda assim, as empresas terceirizadas tentarão priorizar a contratação local. Ainda sobre as terceirizadas, o gerente da ArcelorMittal informou que os alojamentos serão levados às regiões periféricas de João Monlevade, a fim de mitigar impactos, como no trânsito, por exemplo.

Outro dado é que até o início de 2024 a expectativa é que tenham mais 5 mil pessoas trabalhando na expansão entre montadores, área civil, engenharia, mecânicos, eletricistas, entre outros. Após a conclusão da obra, que deve durar 34 meses, ele informou que serão contratados para operar a nova usina 407 profissionais sendo 229 operadores, 137 técnicos, 20 supervisores e 21 profissionais de nível superior, inclusive executivos.

Central de Cadastro de Currículos

Vander relatou que a Arcelor já está desenvolvendo ações para suprir as necessidades futuras da empresa, como por exemplo a criação de uma Central de Cadastro Único de Currículos, além da implantação do programa Aprendiz, que já está em fase de entrevistas finais. Também em sua fala, o gerente reforçou a necessidade em convocar demais empresas e empregadores para discutirem o tema, bem como escolas e instituições de ensino. "Não somente no que diz respeito à qualificação, mas também em relação à postura, respeito e comprometimento", opinou ele. Vander ainda sugeriu que seja feita uma ação com a Secretaria de Assistência Social no que tange à divulgação das vagas aos jovens que não possuem acesso direto à internet. Por fim, ele sugeriu a criação de uma "Feira do Emprego", com palestras, exposição das empresas ofertando vagas, entre outras ações. "Sabemos da nossa importância para o município, nunca refutamos esse papel, mas a responsabilidade para o crescimento de João Monlevade não pode ser atrelada somente à ArcelorMittal, mas sim a todo cidadão", destacou Vander.

CAT/Sine

O responsável pelo CAT/Sine, Giliard Ribeiro, informou que, quase em sua totalidade, as vagas ofertadas exigem experiência em carteira. "Muitas vezes o profissional possui qualificação, mas não tem experiência ou vice e versa. Este é um problema sério e que precisamos trabalhar com as empresas e os poderes Executivo e Legislativo". Giliard ainda sugeriu que sejam feitas políticas públicas voltadas para os adolescentes, principalmente de baixa renda, que não conseguem se qualificar.

Belmar Diniz relatou que é preciso identificar quais as expectativas das empresas em relação à qualificação do profissional e consequentemente encontrar alternativas para oferecer esta qualificação. Já o representante da Secretaria de Planejamento, Tiago dos Santos, relatou que a Prefeitura, em parceria com a Associação Comercial, Industrial e de Prestação de Serviços (Acimon) tem desenvolvido a Agenda DEL (Desenvolvimento Econômico Local), com o objetivo de pensar os rumos do município nos próximos anos. Neste trabalho estão sendo discutidas ações e projetos de valorização dos estudantes de cursos superiores, onde a mão de obra dos alunos seria absorvida pelo Executivo. Tiago sugeriu que estas ações também possam ser aplicadas no setor privado.

Vereadores se manifestam

O presidente da Casa, Gustavo Maciel, lamentou que o mercado nem sempre absorve a grande quantidade de profissionais que formam todos os anos em nível superior. "Muitas vezes as pessoas se preparam para fazer um curso superior, mas em grande parte a oferta de vagas de emprego é para o nível técnico". Já Marquinho Dornelas sugeriu que fosse estudada uma forma para que as empresas encaminhem as vagas para o CAT/Sine, criando assim um banco de dados com informações mais fiéis a respeito do mercado de trabalho no município. Por fim, Gustavo Prandini também destacou a importância em oferecer cursos de qualificação e sugeriu o retorno do IFMG com cursos técnicos gratuitos.



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