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Hospital de Apoio em Monlevade ainda sem estrutura completa; entrega de materiais pode demorar até 40 dias

Comissão de Saúde e servidores da Prefeitura reuniram-se na Secretaria de Saúde para debater o assunto

Por Cíntia Araújo Silva em 30/11/2020 às 20:18:29

Foto: Cíntia Araújo/N1

O Hospital de Apoio, voltado para casos suspeitos ou confirmados de coronavírus, em João Monlevade, não está com infraestrutura pronta para o funcionamento. A reportagem do Notícia1 esteve no local e constatou que os leitos têm basicamente camas hospitalares com colchão. No espaço há muita poeira e mofo, e o teto tem pedaços sem gesso, com tubulação exposta. Além disso, parte das portas estão sem maçanetas e não há acessibilidade. O espaço fica no segundo andar do prédio da Secretaria Municipal de Saúde e para ir ao local, somente por escadas.


Este foi um dos assuntos em reunião que ocorreu na tarde desta segunda (30), entre a Comissão de Saúde da Câmara de João Monlevade e representantes da Prefeitura. Pela Comissão esteve presente o presidente, Revetrie Teixeira (MDB) e os vereadores Toninho Eletricista (PTB) e Gentil Bicalho, que na Comissão é suplente do colega de partido, Belmar Diniz. Pela Prefeitura estavam Fernanda Sabrina e a coordenadora da Vigilância em Saúde, Kátia Guimarães. Posteriormente juntou-se à equipe o assessor de Comunicação, Thiago Moreira e o servidor da pasta, Carlos Gomes.

Hospital de Apoio e números da pandemia

Revetrie justificou o encontro devido à falta de diálogo e de informações por parte do Executivo. Ele citou como exemplo que no último dia 27, a Comissão de Saúde protocolou ofício junto ao Ministério Público, para que a Justiça intervisse nos pedidos de esclarecimentos não repassados pela Prefeitura. "Não há diálogo com o Poder Executivo. Não há informação para os vereadores. Não sabemos qual infraestrutura temos, quais as definições por parte do Executivo", disse. Como adiantado com exclusividade pelo Notícia1, a Prefeitura garante o funcionamento do Hospital de Apoio, desde que demandada com antecedência pelo Hospital Margarida. Revetrie questionou novamente os representantes da Prefeitura sobre a informação, e Fernanda Sabrina confirmou o fato. Ela exemplificou que insumos, materiais e medicamentos foram adquiridos por meio de processos licitações e que alguns fornecedores têm de 30 a 40 dias para entregar o material ou medicamento contratado. O prazo preocupou os vereadores presentes. Posteriormente, Fernanda explicou que o prazo está em contrato, mas que pode haver tentativa da Prefeitura em encurtar os prazos.

Ainda durante o encontro, foram questionadas as medidas adotadas pela Prefeitura diante do aumento do número de casos de coronavírus, acompanhado do aumento de número de mortes pela doença. Nesta segunda, Monlevade chegou a 1904 casos confirmados e 19 óbitos, além de duas mortes estarem sob investigação. O assessor de Comunicação informou que a partir de amanhã será intensificada a fiscalização pela cidade.

Onda Verde

Especificamente sobre a classificação de João Monlevade no Minas Consciente, Kátia Guimarães destacou que o município mantem-se na Onda Verde do programa. Contudo,reuniões periódicas são feitas junto à Secretaria Estadual de Saúde para avaliação do quadro. Monlevade faz parte da regional de Itabira e da macrorregional de Belo Horizonte. "Estamos no limite da Onda Verde. Houveram outros fatores, como feriados prolongados, eleição, o relaxamento da população, que resultam no aumento do número de casos. A conscientização popular e a fiscalização ainda são as principais ações nesta pandemia", ressaltou ela.

Ao final do encontro, Revetrie foi enfático em, novamente, cobrar diálogo por parte da Prefeitura. "Falta respeito e transparência. A Comissão de Saúde estará aqui quantas vezes forem necessárias para fiscalizar a aplicação das verbas e o atendimento à população", declarou. Ele lamentou não ter ido ao Hospital de Apoio pela falta de acessibilidade. "Os pacientes com suspeita de covid-19 ou confirmados com a doença, muitas vezes estão debilitados para andar, ou têm dificuldade de locomoção, como idosos por exemplo. O Hospital de Apoio não tem acessibilidade. Mais uma vez o Poder Público demonstra não estar pronto para garantir ao cidadão o pleno acesso aos seus direitos", destacou ele.

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