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Barão: pais se mobilizam contra a transferência de alunos para creche da Lagoa

Nenhum pai que estava na reunião se manifestou favorável. Estelina Rosane, que tem filho no maternal foi enfática. "Qual o critério utilizado? Aqui temos apoio dos professores e funcionários. Nossos filhos não são enfeite nem vaso de flor para irem de um lugar para o outro não"

Por Redação/N1 em 05/07/2024 às 19:26:28

Foto: Cíntia Araújo/N1

Pais e responsáveis dos alunos do maternal da Escola Municipal Carmem Martins Moreira se mobilizaram contra o pedido da Prefeitura de Barão de Cocais sobre a transferência de seus filhos para a creche Mafiza Vilela Rodrigues, conhecida como creche da Lagoa. As obras dessa creche tiveram início em 2016, na gestão de Armando Verdolin. Ela foi inaugurada em 2023, mas nunca recebeu alunos.

Os pais foram convidados para uma reunião junto à diretoria da escola, que leu um documento assinado pelo secretário de Educação, Rondinelly Gomes, documento este denominado de "orientação", apesar do modo verbal afirmativo. Diante disso, os pais organizaram e entregaram ao diretor e aos vereadores da Câmara de Barão de Cocais que estavam presentes na reunião, um abaixo assinado contra a medida.

O encontro foi agendado pela diretoria da escola Carmem Martins. Conforme ofício lido pelo diretor, Denis dos Santos, o secretário informa que considerando a reforma da escola, o espaço disponível na creche da Lagoa, o transporte escolar que seria ofertado pela Prefeitura aos alunos da Carmem Martins "seguem algumas orientações dessas mudanças". Ainda no texto, é listada a migração das professoras para o novo endereço, bem como a sobrecarga de serviços em dois endereços de pedagogo, do diretor e vice-diretor. O secretário convida pais e responsáveis para conhecerem a creche da Lagoa na próxima segunda (8), às 13h, convite este já negado pela maioria presente na reunião. Apesar de chamado de orientação, é descrito no ofício que "a mudança ocorrerá no dia 5 de agosto de 2024", com ônibus saindo da porta da escola municipal para levar os alunos para a creche da Lagoa, e retorno às 16h30. É destacado que "a mudança de endereço irá vigorar até dia 20 de dezembro de 2024. Contamos com a colaboração para que a mudança de endereço ocorra da melhor forma possível".

Dos pais presentes, nenhum se manifestou favorável à transferência. Edivaldo Acácio, pai de uma aluna de três anos, disse não ter segurança em colocar sua filha dentro do ônibus. "Como vão me garantir a segurança dela?", perguntou. Em outro momento ele opinou que as obras na Escola Carmem Lúcia deveriam ser feitas em período de férias escolares. A fala dele ganhou apoio dos pais, que enfatizaram que a escola já passou e passa por outras obras e que em momento algum houve necessidade de transferência dos alunos. Flávio Henrique e Marquizia Santos, que também tem filha de 3 anos na escola Carmem Martins são contrários e se mostraram preocupados com a transferência. A professora Rita de Cássia declarou que havia alunos na lista de espera. "Por que não abriu antes? É questão política", pontuou.

Estelina Rosane, que também tem filho no maternal foi enfática. "Qual o critério utilizado? Aqui temos apoio dos professores e funcionários. Nossos filhos não são enfeite nem vaso de flor para irem de um lugar para o outro não". A professora do 3º ano da integral, Regina Freitas, mostrou-se preocupada com a divisão da equipe e o prejuízo que poderia causar junto aos funcionários e alunos. A professora do maternal, Elida Soares, também se manifestou. Ela disse ser contra a transferência, mas que ao seu entender se tratava de uma orientação, não uma imposição.

Vereadores se manifestam

Os vereadores que compareceram à reunião foram João Lima (PSDB), Tico (Mobiliza), Rafael Tcheba (PDT), Adriano dos Santos (PSB), Fabrício Preto (União), Paulinho da ONG (Republicanos), Flávio Figueiredo (PSD) e Gláucio Magela (Mobiliza). Eles demonstraram apoio à população. Em suas falas, eles destacaram que os pais devem ser ouvidos pelo secretário e pelo prefeito Décio dos Santos e se comprometeram a oficializar o Executivo.

João Lima citou como exemplo a dificuldade de adaptação dos alunos e o prejuízo a eles. Figueredo informou que obras em escolas devem ser feitas em período de férias. Rafael Tcheba, presidente da Comissão de Educação da Câmara, cobrou a presença tanto de Rondinelly quanto de Décio no encontro. Ainda segundo ele, a intenção da Prefeitura é muito clara em querer colocar a creche da Lagoa em funcionamento, por ser ano eleitoral. "Antes de se falar em orientação, o que deveria ter sido feito é ouvir o que vocês (comunidade escolar) têm a dizer", pontuo ele. Ao final do encontro, os presentes confirmaram que irão montar uma comissão e se manterem mobilizados contra a transferência.

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