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CPI em Barão: vereador questiona necessidade de comissão e defende delegar investigação ao Ministério Público

João Resende (PSB) disse que MP faz o trabalho de graça. Ele ainda questiona a Câmara contratar consultoria de R$70 mil. Os contratos da Prefeitura que são objetos de investigação somam mais de R$20 milhões

Por Redação/N1 em 09/08/2024 às 13:49:18

João Resende (à esq) questionou o que considere gastos com a CPI. Dr. Washhington (à dir) defendeu contratação da consultoria - Foto: Cíntia Araújo/N1

Novamente, a Comissão Especial de Inquérito, referente a CPI dos Transportes em Barão de Cocais, instaurada na Câmara Municipal é questionada por alguns vereadores. O vereador João Resende (PSB), questionou não só a necessidade da CPI, bem como a Câmara contratar empresa para dar consultoria aos trabalhos da comissão e foi mais além: disse que o Ministério Público faz a investigação "de graça". A fala foi na reunião ordinária desta quinta (9). Lembrando que a CPI investiga possíveis irregularidades em contratos de locação de máquinas e veículos por parte da gestão de Décio dos Santos (PSB). Os contratos da Prefeitura somam mais de R$20 milhões. A consultoria contratada pelo Legislativo e questionada por Resende foi contratada por R$70 mil. A empresa é a Paulo Luciano de Oliveira Carlos Sociedade Individual de Advocacia e os dados estão no Portal Transparência.

João Resende primeiro defendeu Gláucio Magela (PMN), citado pelo relator da comissão, Rafael Tcheba (PDT). Rafael se manifestou publicamente após o Mandado de Segurança impetrado por Gláucio e que questionava Tcheba na comissão ter sido rejeitado pela Justiça. Logo depois, Resende, que momentos antes criticou Rafael Tcheba por esse ter feito requerimentos de informações à Prefeitura, fez requerimento oralmente pedindo informações e valor da contratação da empresa que assessora os membros da CPI. Apesar de uma das funções do vereador ser fiscalizar a Prefeitura, ele disse que o vereador poderia ter pego a denúncia e levado direto ao Ministério Público. "Trabalha de graça lá, já é pago, tem corpo forte para investigação, fica onerando o município. Qual o final da CPI? Vai ser lido nessa Casa para depois ser encaminhado ao Ministério Público", disse. Ao final ele reforçou seu pedido, "para ver se vale a pena a CPI ou mesmo atravessar lá e entregar essa denúncia ao Ministério Público", disse João Resende.

Vereadores defende CPI e contratação de consultoria

O presidente da comissão, Dr. Washington Seara de Freitas (MDB) e o relator, Rafael Tcheba, defenderam tanto a CPI quanto a contratação. Tcheba informou que os trabalhos seguem o Regimento Interno da Câmara, regimento esse elaborado enquanto João Resende era presidente do Legislativo, em 2004. Dr. Washington começou sua fala rebatendo Resende, dizendo que contratar a consultoria não é gastar dinheiro a toa. "O valor que vem para essa Casa é sempre devolvido para o município e a gente não sabe nem como ele gasta, ou melhor, nem gasta porque não está fazendo na cidade", declarou. Ainda segundo o presidente da Comissão, ele fez questão de ter assessoria externa para que todo o trabalho investigativo seja feito de forma transparente, democrática e legítima. "Quando esse relatório vier a público, para que não haja questionamento de ninguém dessa Casa e nem da população de que houve ingerência, manipulação ou má intenção de qualquer um da comissão. Como presidente da Comissão, tenho certeza que o trabalho está sendo feito de forma mais transparente possível". Por fim, Dr. Washington lembrou que todas as reuniões da CPI são no Plenário da Câmara e abertas ao público. São sempre às terças, às 9h.

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