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CPI do Transporte: duas pessoas ouvidas e bate papo com prefeito após depoimento

Uma das testemunhas conversou com o prefeito, um citado e um dos convocados logo após prestar depoimento

Por Redação/N1 em 26/08/2024 às 18:15:01

Foto: Cíntia Araújo/N1

O primeiro dia da CPI do Transporte foi marcado por um fato inusitado, que aconteceu fora do plenário da Câmara de Barão de Cocais. Uma das testemunhas convocadas para prestar esclarecimentos no primeiro dia, o empresário Lucas Silveira, da Silveira Locações, logo após responder as perguntas, se encontrou com o prefeito Décio dos Santos (PSB), o diretor do Departamento de Obras, Geraldo Magela Damasceno, que é um dos convocados para prestar depoimento amanhã (26) e o secretário adjunto de Projetos, Rafael Pereira, citado em um depoimento. A cena, flagrada pela reportagem, é curiosa já que durante sua fala, Lucas negou ter qualquer relacionamento com o Executivo e que a locação de caminhões dele era feito para a Madema, empresa também investigada na CPI. Apesar de dizer o contrário na comissão, Lucas ficou pelo menos 10 minutos conversando com o prefeito e os outros dois servidores, em alguns momentos sorrindo e mostrando ter amizade com eles.

A CPI do Transporte investiga possíveis irregularidades em contratos de locação de caminhão e máquinas da Prefeitura de Barão. Os contratos somam R$20 milhões. Apesar de nove pessoas terem sido convocadas nesta segunda, apenas duas apareceram. O primeiro, André Cirilo, é proprietário da ADC Locações. Ele afirmou que o caminhão fossa de sua propriedade prestava serviço em Barão por meio da Madema, empresa investigada pela comissão. Durante sua fala, ele mostrou tranquilidade e respondeu a todos os questionamentos. Indagado sobre como era feita a prestação de contas para pagamento, André disse que era responsabilidade do motorista fazer a planilha e apresentar à Madema. Ao final, ele citou o ex-secretário adjunto de Meio Ambiente e atual adjunto de Projetos, Rafael Pereira. Segundo ele, Rafael encaminhou uma mensagem, pedindo a paralisação dos equipamentos da sua empresa. Ainda segundo André, o que lhe causou estranheza foi que seus equipamentos foram substituídos por outros mais velhos.

Lucas Silveira, da Silveira Locações, também informou que seu contrato é com a Madema, não com a Prefeitura. Questionado sobre como iniciou a prestação de serviço para a Madema, ele informou que entrou em contato com o dono da empresa, Danilo Macedo, e pediu uma oportunidade. Ele foi questionado ainda sobre como era feita a prestação de contas para recebimento do serviço. Lucas também informou que era responsabilidade dos seus motoristas preencherem a parte diária e entregar a Madema. Sobre possíveis atrasos nos pagamentos, ele esclareceu que assim que a Prefeitura realizava o pagamento à Madema, essa repassava a ele e que atrasos por parte do Executivo não eram comuns. No início de sua fala, Lucas afirmou que seu interesse na CPI do Transporte era o esclarecimento de todos os fatos.

Testemunhas que não compareceram

Como já informado pelo N1, nove pessoas foram convocadas para o primeiro dia. Duas delas são mãe e irmão do servidor Geraldo Magela, que tem depoimento agendado para amanhã (26). Sônia Aparecida da Silva e Gilson Damasceno não compareceram e não apresentaram justificativa. A reportagem questionou a comissão e a consultoria sobre as medidas a serem adotadas com os convocados que não compareceram. A informação é de que serão analisados todos os casos e que uma das possibilidades é informar ao Ministério Público para a condução coercitiva, ou seja, forma impositiva com a presença de autoridades policiais ou judiciárias. Será analisado ainda nova convocação dos ouvidos, para mais esclarecimentos.

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