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CPI do Transporte: 14 pessoas ouvidas em dois dias pela comissão em Barão

Delegado de Polícia Civil de Barão de Cocais, Daniel Mansur, acompanhou parte dos trabalhos. Assessoria da PCMG confirma investigação em andamento sobre mesmo assunto

Por Redação/N1 em 11/09/2024 às 13:49:05

CPI do Transporte: 14 pessoas ouvidas e Polícia Civil acompanhando os trabalhos - Foto: Cíntia Araújo/N1

A CPI do Transporte, realizada na Câmara de Barão de Cocais e que apura possíveis irregularidades em contratos de locação de veículos leves e pesados, além de máquinas por parte da Prefeitura, ouviu 14 pessoas nos dias 9 e 10. Esta foi a segunda rodada de oitivas da comissão formada pelos vereadores Dr. Washington (MDB), Rafael Tcheba (PDT) e Adriano dos Santos (PSB). Os dois últimos acompanharam os trabalhos presencialmente nos dois dias. Agora, a comissão analisa todo o teor das informações colhidas, que irão subsidiar o relatório e ainda, se será necessário ouvir mais pessoas. O delegado de Polícia Civil de Barão de Cocais, Daniel Mansur, acompanhou parte dos trabalhos. Importante frisar que a assessoria de imprensa da PCMG já confirmou à reportagem do N1 que há investigação em andamento envolvendo os contratos do Executivo, mas que não fornece informações para não prejudicar os trabalhos.

No primeiro dia de oitivas foram ouvidas seis pessoas, todas representantes de empresas que estão ligadas aos contratos investigados. Lucas Silveira, da Silveira Locações, que já havia sido ouvido em uma outra oportunidade e afirmado que não tinha relação de parentesco com ninguém da CPI ou do Executivo, afirmou desta vez ser primo do prefeito Décio dos Santos (PSB). Ele foi novamente convocado após a reportagem divulgar imagens dele conversando com Décio e outro servidor convocado, logo após negar relação de parentesco em depoimentos. Nesta segunda, ele disse que não havia entendido a pergunta por ter sido muito formal, e acusou a mídia de fazer um circo a partir das imagens. Ele também informou que tinha uma espécie de procuração ofertada pelo dono da empresa Madema, Danilo Manoel Macedo, para que assinasse alguns documentos por ele como comprovação de prestação de serviço. Também foram ouvidos na segunda Luciana Zulmira Finholdt (Sudeste Brasil Cooperativa), David Roosevelt Linhares Júnior (Construtora Ferreira Junior), Roberto Carlos de Oliveira (Cooperativa Global) e Gustavo Deportoli Pio (Oficina do Mauro). Todos foram questionados sobre prestação de contas e comprovação de serviços, além das formas e pagamento e detalhes do contrato. Para alguns, os membros da CPI pediram documentos complementares.

Danilo Macedo, da Madema, empresa constantemente citada na CPI, apresentou atestado médico datado de 6 de setembro, e assinado pela médica Tatiana Sá da Fonseca, médica do Estratégia de Saúde da Família do PSF IV, de São Gonçalo do Rio Abaixo. O atestado era para cinco dias e não especificava o problema ou tratamento de saúde. Assim, ele não compareceu. Contudo, nas redes sociais da Associação Comercial de São Gonçalo (Aciasgra), da qual ele é presidente, foi postada a foto de uma reunião que ocorreu também na segunda, pela manhã, e da qual ele participou, conforme registro fotográfico. Outra convocada e que enviou atestado pela segunda vez consecutiva foi Graciana Alves Mercês Pereira, da Organização São Pedro. O atestado dela foi assinado pelo médico José Maurício da Silva, que especificou a patologia infecção urinária.

Segundo dia

No segundo dia, foi a vez de servidores e ex-servidores da Prefeitura serem ouvidos pela CPI. Das nove pessoas intimadas, apenas o secretário adjunto de Fiscalização, Douglas Waschington, não compareceu e até o final do dia, não havia justificativa para a ausência. Foram ouvidos Rafael Teixeira Pereira (Projetos), José Nilton (Obras), Geraldo Magela Damasceno (Obras), Douglas Pena (Obras), Lucinéia Aline da Silva Almeida (Obras), Mário Cézar (Obras), Cristiano Lage e Sérgio Pena (Meio Ambiente). O destaque do dia foi a oitiva de Geraldo Magela, conhecido como Gelinho (clique para ver o vídeo). Além de não responder claramente às perguntas e muitas vezes alegar que não sabia a resposta, ele foi reiteradamente lembrado pelo relator que mentir durante o depoimento configura crime de falso testemunho. Ao ser questionado se tinha ciência disso, ele respondeu "Não sei". O servidor da Prefeitura foi questionado por mais de uma vez se tinha ciência de que o irmão dele, Gilson Damasceno, ouvido no primeiro dia, e a mãe, Sônia, tinham veículos locados para empresa que presta serviço ao Executivo. Como resposta, ele disse não saber e também, que a pergunta deveria ser para o irmão. Lembrando que Gelinho é um dos fiscais de contrato da Prefeitura. Outro ponto que chamou a atenção foi ele dizer que não lembrava se tinha sido nomeado fiscal de contrato, além de ter afirmado não ter recebido treinamento ou capacitação para a função. A próxima reunião da CPI do Transporte é na terça-feira, dia 17, às 9h, no Plenário da Câmara.

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