A reunião ordinária da Câmara Municipal de Barão de Cocais, que será nesta quinta (26), promete ser movimentada. Dois assuntos que envolvem diretamente a Prefeitura devem pautar os debates: a apresentação final do relatório da CPI do Transporte e ainda a convocação do secretário municipal do Executivo, Domingos dos Santos, para prestar esclarecimentos sobre aquisição e distribuição das cestas de natal. A reunião é pública e acontece a partir das 18h.
A convocação do secretário atende ao requerimento votado na semana passada, em sessão extraordinária. A proposta é do vereador João Lima (PSDB), a partir de uma denúncia na Ouvidoria da Câmara. O documento teve os votos favoráveis dele e dos vereadores Rafael Tcheba (PDT), Adriano dos Santos (PSB), Fabrício Preto (União), Paulinho da ONG (Republicanos) e Flávio Figueiredo (PSD). É pedido o esclarecimento sobre a quantidade de cestas adquiridas, datas de entrega, distribuição e a quem foram entregues as cestas. Foi discutido ainda a alteração posterior da Lei Municipal para que funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviço ao Executivo, consigam receber o benefício, desde que regulamentado. O pedido foi encabeçado por Flávio Figueiredo e recebeu apoio dos demais vereadores.
Foram contrários à convocação do secretário para esclarecimentos os vereadores João Resende (PSB), Gláucio Magela (PMN) e Nezinho (PSB). Os vereadores que foram favoráveis à convocação de Domingos lembraram que é função do vereador legislar e fiscalizar e que a presença do secretário permitiria esclarecimentos e acréscimo de informações. João Resende justificou que a parte da documentação que ele conseguiu analisar, comprovou para ele que não há nenhuma irregularidade, por isso era contrário. Ainda em sua justificativa, ele mais uma vez defendeu que a denúncia deveria ser feita ou à Polícia Civil ou diretamente ao Ministério Público. Essa é a segunda vez que o vereador usa o argumento de fazer denúncia diretamente ao MP. A primeira foi referente à CPI, quando ele defendeu que os vereadores poderiam ter levado diretamente os documentos ao Ministério Público, que faria o trabalho "de graça".
Já Nezinho apresentou argumentos confusos para justificar seu voto contrário. Ele disse ser contra a convocação de Domingos "porque ele não vota contra o alimento". Na segunda vez que se pronunciou, ele disse que "não vai na foice mais não. Um dia eu falei uma coisa aqui, saiu meu nome nas redes sociais, mas agora que a política está faltando duas semanas, não brinca com esse trem não, que é perigoso. Eu vou votar contra porque você não sabe o que é o povo lá fora", disse. Se referindo à jornalista do N1, único veículo de comunicação presente, ele completou. "Jornalista tá aí, e vai postar. Eles vão ver 'o cara votou contra o alimento'. Sou macaco velho", disse.
Na terceira vez que usou a palavra, Nezinho disse que o prefeito nunca lhe deu nada, que não tem parente na Prefeitura e "que pague quem está errado. Não quero mexer com servidor público, porque eu já sei minha cangaia que eu tomei aqui dentro". Novamente se referindo à jornalista do N1, ele disse que "jornalista que quiser colocar meu nome aí, pode por, a política não ganha assim não. Eu sei como é que ganha a política. Pode colocar meu nome, pode colocar meu recado, porque não ligo para isso não. Eu não voto contra o alimento. Jornalista tá aí, põe as coisas certas aí, se não vou correr atrás (...). Se eu ganhar essa outra aqui, 'nego' vai ver quem que é eu (...). Nessa aí eu não vou não. Faltando duas semanas para a política, eu tô fora".