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Hospital e UPA em Barão: infiltrações, falta de medicamentos e muitos desafios

Vereadores acompanham trabalhos e equipe técnica lamenta situação herdada pela atual gestão

Por Redação/N1 em 02/01/2025 às 18:37:59

Vereadores acompanham trabalhos e equipe técnica lamenta situação herdada pela atual gestão - Foto: Cíntia Araújo/N1

O diagnóstico do Hospital Waldemar das Dores e da UPA 24 horas em Barão de Cocais é muito preocupante. A afirmação é da equipe técnica que trabalha no local. A reportagem do N1 esteve no complexo hospitalar, acompanhando os vereadores Tico Santos (Mobiliza), Paulinho da ONG (Republicanos), Graziele Bomfim (PL), Jader de Bellis (PSDB), Dr. Azenclever (MDB) e Adriano dos Santos (PSB). Eles foram verificar a situação do local, a partir das demandas e denúncias da comunidade e de colaboradores. Importante frisar que o prefeito Geraldo Abade (PSD), em seu discurso de posse, destacou que a reestruturação de todo o sistema de saúde é prioridade máxima em sua gestão. "Não podemos mais ver as pessoas literalmente morrendo na porta do nosso hospital", disse ele. Além disso, Abade declarou Situação de Emergência em virtude da crise na saúde pública e na coleta de resíduos sólidos.

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Uma nova equipe coordena os trabalhos no complexo hospitalar, conforme contrato com o Icismep. Contudo, os protocolos de atendimento defasados e o desgaste dos equipamentos surpreendeu negativamente quem já prestou serviços em Barão de Cocais e agora retorna. É o caso da pediatra Daniela Valle, que assume a coordenação do setor. Ela, que trabalha também em Belo Horizonte, sendo inclusive coordenadora da auditoria médica do Hospital João XXIII, conversou com a reportagem e destacou que muitos protocolos implantados por ela e outros médicos há 10 anos, quando trabalhou em Barão, ainda são utilizados pela equipe de saúde. "A gente ficou impactado com o descaso, muita infiltração, aparelhos danificados, respirador que não funciona, manutenção inadequada, falta de kits de pedidos de exames, medicamentos", relatou. Apesar disso, especificamente sobre os funcionários, ela destacou a receptividade em aprender. "Vamos fazer todo o trabalho teórico com as equipes. Eles estão vestindo a camisa, querem mudança", destacou.

O diretor técnico, o clínico geral Rhaysller José Simão de Paula, que também já trabalhou em Barão, nomeou como "deplorável" a situação da UPA 24 horas. "Todas as paredes sujas, sem macas para pacientes, as cadeiras destruídas, impressoras com defeito, falta de insumos básicos como seringas, agulhas, soro fisiológico, medicações básicas como anti-inflamatórios. Será um desafio muito grande, mas a equipe está motivada, mesmo sabendo que nos últimos tempos ficamos sem receber, teve problemas a APAS (antiga gestora), e assumiram essa responsabilidade", disse.

O diretor técnico pediu ainda a ajuda tanto da Prefeitura quanto da Câmara de Vereadores nos primeiros meses, em especial pela situação herdada. "Mesmo pela falta dos recursos. Já estamos indo atrás, até por empréstimo nas cidades vizinhas. Peço que a população tenha um pouco mais de paciência, que acredito que nos próximos meses vamos conseguir dar um serviço de saúde digno para o povo de Barão de Cocais", opinou.

Mais problemas

Conforme denúncias e comprovação até mesmo pela equipe técnica que trabalha no espaço, há muitas infiltrações, aparelhos sem a devida manutenção, falta de medicamentos e de reagentes para exames. A situação é crítica a ponto de solicitar material a cidades vizinhas. Os insumos faltantes vão desde os básicos, como seringas e agulhas, até medicamentos intravenosos. A reportagem conversou com a diretora administrativa, Elisete Campana. Ela afirmou que vem sendo feito todo levantamento e paralelo a isso, já implantadas mudanças necessárias para um atendimento digno à população e um espaço digno de trabalho também aos funcionários.

Letícia Gabriela Ferreira Silva, que assume a coordenação de Laboratório, destacou até mesmo que os reagentes necessários estão no fim. "Foi informado que não tem estoque", disse. Ela disse que as informações não são claras, então vem sendo providenciado um minucioso levantamento, inclusive do que é alugado, bem como dos contratos vigentes e os pagamentos. A análise de contratos também é uma demanda do setor de transporte, sob gestão de Elenilson Xavier Couto. Ele destacou que é feita a verificação da manutenção dos veículos que atendem a UPA e o Hospital, bem como os contratos que englobam o setor. "Não há espaço para erro", pontuou.

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