Marco Antônio Lage é eleito presidente da AMIG - Foto: Reprodução/Rede Social
Tributos, sustentabilidade e meio ambiente. Foram essas as pautas abordadas pelo novo presidente da Associação dos Municípios Mineradores (AMIG), Marco Antônio Lage. O prefeito de Itabira foi eleito nesta quinta (16), em eleição com chapa única. Além dele, da região está o prefeito de Rio Piracicaba, Augusto Henrique da Silva como diretor de Municípios Afetados e ainda, Raimundo Nonato de Barcelos, o Nozinho, prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, que compõe o Conselho Fiscal da Associação.
Marco Antônio Lage destacou que se sente honrado em assumir a presidência da AMIG, que neste ano completa 35 anos de história. "São mais de três décadas de resistência e de debates sobre o legado da indústria da mineração em nossos municípios. Discutimos temas essenciais como a correção da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), a revisão da Lei Kandir e a isenção do ICMS sobre produtos não renováveis, que causam grandes prejuízos aos nossos municípios", pontuou.
Além das questões tributárias, o novo presidente enfatizou a necessidade de avançar nas pautas de sustentabilidade e nas questões ambientais. "Nosso compromisso é trabalhar pela sustentabilidade dos municípios mineradores e afetados, considerando aspectos ambientais, sociais, econômicos e culturais. Esse é o grande debate que o Brasil precisa enfrentar: como garantir que a exploração mineral deixe um legado positivo para as futuras gerações", alertou.
Lage ressaltou que, como prefeitos, todos têm a responsabilidade de cuidar do presente, mas também de construir, por meio de legislações e políticas públicas, um futuro sustentável. "A mineração é finita, não permite uma segunda safra, e a experiência mostra que, após o esgotamento mineral, muitos territórios ficam incompletos e esvaziados. Por isso, nossa luta deve ser pela conscientização e pela garantia de que esses municípios, que tanto contribuem para a industrialização e a economia dos estados e do país, tenham assegurada a sustentabilidade de suas comunidades. Esse é o verdadeiro legado que a mineração deve deixar."
O presidente da associação também falou sobre a importância estratégica de Itabira, sua cidade natal e berço da mineração no Brasil, estar à frente da AMIG em um momento crucial para o setor. O município enfrenta desafios relacionados à escassez mineral, exigindo uma gestão mais ampla e estratégica. "Nós temos uma indústria que, ao contrário de outros setores, tem um produto finito. Ou seja, o nosso setor de mineração termina e tem uma data para acabar. Se isso é uma realidade, precisamos olhar isso de uma maneira mais ampla, 360 graus", explicou.
O novo presidente também reforçou a necessidade de revisão no modelo de relacionamento entre as mineradoras e os municípios, defendendo mudanças na tributação e nas compensações econômicas e ambientais. "Não podemos permitir que a injustiça se perpetue. A mineração é finita, os minerais e os recursos financeiros também são finitos. Então, a grande discussão é que precisamos revisar completamente esse modelo de relacionamento, de tributação, de compensação econômica e ambiental. Precisamos discutir sustentabilidade com "S" maiúsculo, nas suas dimensões sociais, culturais, econômicas e ambientais", enfatizou.