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Maioria do TSE condena Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos

Ex-presidente fica impedido de disputar eleições até 2030

Por Cíntia Araújo Silva em 30/06/2023 às 13:26:00

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou, nesta sexta-feira (30), o ex-presidente Jair Bolsonaro à inelegibilidade pelo perĂ­odo de oito anos. Com o entendimento, o ex-presidente ficarĂĄ impedido de disputar as eleições até 2030. Cabe recurso contra a decisão.

Após quatro sessões de julgamento, o placar de 4 votos a 1 contra o ex-presidente foi alcançado com o voto da ministra CĂĄrmen LĂșcia. Ela adiantou que acompanharia a maioria pela condenação de Bolsonaro.

Na avaliação da ministra, a reunião foi convocada por Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE.

CĂĄrmen LĂșcia afirmou que o ex-presidente fez um "monólogo", sem passar a palavra para perguntas dos embaixadores presentes.

"Se tratou de um monólogo em que se teve a autopromoção, desqualificação do Poder JudiciĂĄrio. A crĂ­tica faz parte. O que não se pode é o servidor pĂșblico, no espaço pĂșblico, fazer achaques contra os ministros do Supremo como se não estivesse atingido a instituição", afirmou.
Ao final do julgamento estabeleceu-se o placar de 5 a 2 pela condenação e consequente inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

Julgamento
O julgamento segue para a leitura dos votos do ministro Nunes Marques e do presidente, Alexandre de Moraes, Ășltimos a serem proferidos.

O TSE julga a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho do ano passado, no PalĂĄcio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT.

Conforme o entendimento jĂĄ firmado, Bolsonaro cometeu abuso de poder polĂ­tico e uso indevido dos meios de comunicação. O ex-presidente fez a reunião dentro do PalĂĄcio da Alvorada. Além disso, houve transmissão do evento nas redes sociais de Bolsonaro e pela TV Brasil, emissora pĂșblica da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Nas sessões anteriores, o relator, Benedito Gonçalves, e os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares também votaram pela condenação.

Raul AraĂșjo abriu a divergĂȘncia e votou para julgar improcedente ação contra o ex-presidente por entender que a reunião não teve gravidade suficiente para gerar condenação à inelegibilidade.

"A reunião não foi tamanha a ponto de justificar a medida extrema da inelegibilidade. Especulações e ilações outras não são suficientes para construir o liame causal e a qualificação jurĂ­dica do ato abusivo. O comportamento contestado leva à inescapĂĄvel conclusão pela ausĂȘncia de gravidade suficiente", concluiu.

Braga Netto
Todos os ministros que jĂĄ votaram absolveram o general Braga Netto, candidato à vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Todos os ministros entenderam que ele não teve relação com a reunião. O nome dele foi incluĂ­do no processo pelo PDT.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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