Vereadores de Barão de Cocais cobram melhorias no atendimento e infraestrutura dos PSFs

A estrutura ofertada aos servidores e população nos postos e unidades de saúde de Barão de Cocais foi um dos temas debatidos em audiência pública na Câmara de Vereadores, na última semana. Após breve apresentação de número de atendimentos feitos pela coordenadora dos trabalhos, Amânia Fernandes, foi aberta a palavra aos presentes. O primeiro a falar foi o vereador Flávio José Gomes (Figueiredo - Patriota). Ele questionou a falta de agentes comunitários de saúde (ACS) nas equipes dos PSFs. A equipe da Prefeitura justificou que encaminhou a demanda à Procuradoria Jurídica da Prefeitura. Ainda com a palavra, Figueiredo questionou sobre o repasse de adicional aos agentes comunitários de saúde e endemias, adicional esse que é pago com repasse do Governo Federal, e, segundo Figueiredo, um direito dos agentes. Mais uma vez foi justificado que a pasta pedirá um parecer do Jurídico da Prefeitura.

Logo depois, Adriano Santos (Patriota) questionou a Prefeitura sobre os móveis para os PSFs, e ainda, sobre a fisioterapia domiciliar. Sobre os móveis, Amânia explicou que já foi solicitado e que a equipe aguarda a chegada dos móveis para todas as unidades. Já sobre a fisioterapia domiciliar, é feito levantamento dos casos e depois será feito reunião para avaliação de atendimentos. Sobre a demanda de atendimentos de fisioterapia, Paulinho da ONG (Rede) cobrou novamente a criação de novos cargos para que Barão tenha quatro profissionais da área, ao invés de um.

Tico dos Santos (PSDB) fez questionamentos sobre o PSF São João Batista. Segundo ele, não há atividades coletivas no espaço e ainda, baixo atendimento da enfermagem. Sobre as atividades, a Prefeitura relatou um problema com a casa sede do PSF, onde o pavimento de cima está inutilizável e por isso não há as atividades. Contudo, um novo espaço vem sendo preparado, e de acordo com o Executivo, é esperado a chegada dos móveis para mudança.

Dengue

Rafael Tcheba (PSB), levou reclamações da população. Uma delas é o atendimento de casos suspeitos de dengue nos PSFs. Isso porque a Prefeitura informou que os espaços atenderiam exclusivamente casos suspeitos de dengue no período da manhã, ou seja, até 12h. Contudo há relatos do não atendimento a pacientes que chegam após as 10h, e também de uma cidadã que buscou atendimento no PSF da Lagoa e foi informada de que a médica estaria em reunião. "Queria sugerir que as reuniões de alinhamento sobre a dengue fossem feitas na parte da tarde, para priorizar a população", disse. Ainda sobre o tema, Tcheba destacou que o que se percebe é que a Administração está cobrando metas e atendimentos, de maneira vertical, sem prévio diálogo com os profissionais de saúde

Amânia explicou que a medida de atendimento pelas manhãs nos PSFs foi para desafogar a UPA e agilizar o atendimento ao cidadão. No entanto, segundo ela, o volume de atendimentos é alto e muitos pacientes chegam próximo a 12h buscando atendimento. "O profissional precisa almoçar, por vezes buscar um filho na escola. Eles (servidores) querem dar um atendimento eficiente ao paciente e estão ficando sobrecarregados", justificou ela, afirmando que a projeção de atendimentos feita inicialmente, vem triplicando em Barão de Cocais. Sobre isso, Rafael Tcheba esclareceu que a cobrança ou crítica não pode ser revertida ao profissional da saúde, mas que é necessário que a Secretaria de Saúde busque um diálogo com os gestores de cada unidade para saber a realidade e capacidade de atendimento.

Estruturas

Dr. Washington (Avante) questionou a programação de melhorias e reformas das unidades de saúde, citando o PSF Sagrada Família que, segundo ele, tem muito mofo e mobiliário enferrujado. A Prefeitura justificou que vem sendo feito levantamento de cada unidade, mas que o período chuvoso prejudica os trabalhos. Nesse momento, uma cidadã lembrou do muro no PSF do Garcia, que caiu há dois anos. "Período chuvoso nem chegou. Vocês estão fazendo levantamento de quê?", questionou.

Nesse momento, Figueiredo aumento o tom das cobranças. "Isso aqui é brincadeira, estamos aqui de boi de piranha, de palhaço de vocês. PSF do Garcia, tem dois anos que o muro está no chão. Isso não é reparo, é manutenção. É culpa da Avante (empresa que presta serviço ao município) e da Prefeitura", disse. Ele lembrou que foram investidos em 2023 mais de R$70 milhões na saúde, e que em toda prestação de contas ele cobra o muro do Garcia. "E sempre vocês vêm com essa conversa de que vão fazer um levantamento e que a Avante é responsável só por pequenas obras", pontuou ele, que completou. "Secretária está aqui há seis meses e já está ciente de que o problema tem que ser resolvido. O proprietário do PSF do São João Batista quer que a Prefeitura devolva a casa, a obra do Leão XIII quase 100% concluída, por que não muda pra lá? A população precisa de atendimento de qualidade, empatia, respeito e amor ao próximo". As palavras dele foram reforçadas pelo vereador Tico.

João Lima (PSDB) finalizou a discussão, afirmando que a atual gestão da Prefeitura pode ser definida como 'Gestão do futuro'. "Tudo vai ter. Vai ter que fazer drenagem para construir um muro que caiu há dois anos. Vai acontecer, vai fazer, vai ter, tudo no futuro. É uma novela. Tudo no futuro vai acontecer. Nada no presente", finalizou João Lima